quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Poesia de Willim Shakespeare


"SONETO LXXXVIII
Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto.

William Shakespeare

MOTIVOS PARA SURGIR O RENASCIMENTO

O renascimento foi um movimento urbano, visto que foi muito bem apoiado pelos burgueses. Era a expressão do povo que habitava as cidades livres. Os primeiros focos renascentistas foram nas cidades italianas. Visto que viviam do comércio, entre elas estavam: Veneza, Pisa, Gênova e Florença. Estas cidades receberam uma forte influência dos sábios bizantinos, que haviam fugido de Bizâncio, por causa dos conflitos religiosos.

Outro fator que contribuiu para o renascimento foi o surgimento dos mecenas, estes eram ricos que patrocinavam os artistas renascentistas. Alguns o faziam apenas como forma de ajuda, ou investimento pessoal, outro também queria ganhar prestígio social. Alguns mecenas destacados foram : os Médicis ,em Florença e os Sforza, em Milão.

Além da influencia dos sábios bizantinos, havia os árabes que mantinham contatos comerciais com os italianos.

Em 1450, Johannes Gutenberg, criou a impressão mecânica, através do uso de tipos móveis de metal. Essa invenção facilitou a vida dos apaixonados por livros, já que o trabalho de um copista era manual e demorava muito para a conclusão da obra.

Mesmo com essa invenção o livro ainda não se tornou popular, por que sua fabricação ainda era cara e de difícil acesso para a população em geral.

Um fator importante sobre o renascimento é que ele foi um movimento de caráter elitista, intelectual e artístico, por isso suas obras estavam a disposição somente para os ricos.

As características do renascimento foram:

» o retorno a cultura clássica – o pensamento renascentista originou-se da reflexão sobre os textos greco- romano juntamente com a heranças dos valores medievais.

» Antropocentrismo- o homem passa a ser o centro de tudo. Não é uma tomada do lugar de Deus como o criador, mas sim de uma valorização pessoal e de suas qualidades, antes negadas pelo pensamento medieval.

» O ideal de universalidade- para os renascentistas a pessoa podia conhecer tudo que lhe fosse apresentado. O ser humano ideal era aquele que conhecia todas as ciências e todas as artes.


RENASCIMENTO URBANO(OU DAS CIDADES)

As cidades assumiam papeis diversificados durante o passar dos tempos. Na época do feudalismo, as cidades serviam apenas como centros religiosos e militares além de serem ligadas ao feudo. O crescimento delas só começou a surgir quando o comércio se expandiu.

Na época do feudalismo, o Senhor feudal tinha controle tanto no campo como na cidade. Não havia distinção de cidade e campo. No começo a maioria das cidades eram cercadas por altas muralhas, fazendo assim um núcleo urbano, chamado burgo. Mas com o aumento da população os burgos ultrapassaram os limites das muralhas. Então os habitantes dos burgos passaram a ser os comerciantes e artesãos, também chamados de burgueses. Com o progresso do comércio e do artesanato, o crescimento social da burguesia também foi notado. Estes eram homens livres de laços com senhores feudais.
Mas a partir do século XI, quando as cidades começaram a crescer e os burgueses aparecer, a situação mudou. Porque agora as cidades tinham ganho prestígio econômico e poder e os burgueses, começaram a se mexer a procura de sua autonomia em relação ao feudo. Esse movimento de independência das cidades em relação ao feudo é chamado de movimento comunal.

Esse movimento serviu de base para o processo de emancipação de algumas cidades. Poderia ocorrer por duas maneiras: ou era por via pacífica , pagando-se ao senhor feudal; ou pelo uso das armas, através de combate. Se fosse por este meio, havia a união de reis e burgueses, onde as tropas serviam de instrumento de intimidação para os nobres aceitarem a liberdade dos burgos. Esse movimento foi do século XI ao XIII.

As cidades independentes( as comunas), começaram a planejar uma forma de governo- com direito a prefeitos e magistrados- que se encarregava de administrar e defender tanto as cidades como seus interesses, os burgueses de maior riqueza e poder ocupavam os principais cargos, elaboravam leis, criavam tributos, controlavam os impostos para fazer e manter a construção de obras e claro tinham política própria.

Com todos esses atrativos, as cidades passaram a ser um chamariz para os servos do campo se mudarem para a cidade. Elas passaram a ser encaradas como locais de segurança e liberdade para os que quisessem sair do poder do senhor feudal.

Embora se comprove que muitos dos camponeses que mudavam do campo para a cidade levavam uma vida difícil, visto que eram considerados trabalhadores desqualificados e ainda mal remunerados.

AS CORPORAÇÕES

Assim como o comércio crescia, o artesanato também. Com toda essa produção as cidades estavam cheias de comerciantes e artesões. Logo para defender seus direitos trabalhistas, essas duas categorias começaram a ser organizar em corporações.

» Corporação de mercadores ou guildas: esta representava os comerciantes, tinha por objetivo garantir o monopólio do comércio e controlar os preços das mercadorias. Podendo ser ou a nível local ou a regional.

» corporação de ofício: esta representava os artesões. Sua função era controlar a produção juntamente com a qualidade dos produtos comercializados nas cidades e garantir o monopólio das atividades profissionais. Elas também tinham função de ajudante ou melhor “assistente social”. Porque havia a união dos produtores para auxiliar os companheiros que não pudessem trabalhar.

Havia assim uma hierarquia na produção artesanal.

No topo da escala estava o mestre artesão ou mestre de ofício. Este era o proprietário de tudo, ferramentas, matéria-prima e o produto final. Ele tinha o conhecimento de todo processo da produção, contratava trabalhadores e estabelecia os salários. Nos dias de hoje , seria como um gerente de fábrica.

Depois dele estavam os oficiais ou companheiros, ou seja, os trabalhadores contratados por um salário. Logo depois vinha o aprendiz, que estava na base da escala. Este era subordinado ao mestre e estavam trabalhando para aprender o ofício. Por isso não eram pagos por seu trabalho e sofriam muito abuso.